quinta-feira, 4 de setembro de 2008

COMPLEXO DE ÉDIPO

Segundo a mitologia grega, Édipo era filho dos reis de Tebas, Laios e Jocasta. Segundo previsões dos oráculos estava destinado a ele destronar, matar o pai e casar-se com a mãe. Laios logo após o nascimento de Édipo mandou que o levassem e o matassem. Os assassinos porém com dó do menino amarraram-no pelos pés (Édipo em grego significa 'o dos pés inchados') e o dependuraram numa árvore para que lá morresse. Um rei e uma rainha passando pelo local ouviram o choro do menino, salvaram-no e o adotaram como filho, porém não esconderam que não eram seus legítimos pais. Quando tornou-se adulto, Édipo partiu em busca de seus verdadeiros pais. Pelo caminho sua comitiva deparou-se com uma outra que vinha em sentido contrário. Um velho arrogante saltou-lhe à frente exigindo que lhe desse passagem. Após o desentendimento, Édipo matou o velho e continuou sua trajetória.
Chegando numa cidade que está sendo assolada por uma carnificina. A esfinge (ser mitológico meio homem meio leão) devorava a todos que não conseguia desvendar o seguinte enigma: "que é que e manhã tem quatro pés, ao meio dia tem dois pés e à tarde e à noite tem três pés, porém é durante a manhã quando tem quatro pés é que se encontra mais fragilizado?"
Édipo respondeu então: "É o homem, engatinha quando bebê, na mocidade anda normalmente e na velhice se utiliza de uma bengala".
A resposta estava correta e a esfinge se matou. A cidade em agradecimento fez de Édipo rei e deram-lhe por esposa Jocasta que estava viúva. Tiveram 5 filhos. Mais tarde porém a cidade foi de novo assolada por nova praga que ocasionaou a morte de muitos habitantes. Novamente os oráculos informam que a cidade só se livrará das mortes caso o assassino de Laios seja condenado. Mais tarde então Édipo soubre que o velho que matara durante o trajeto era Laios. Sabendo disso Jocasta suicida-se por enforcamento e Édipo arrancou seus olhos começando a vagar pelo mundo em companhia de uma de suas filhas, Antígona. A profecia então se cumpriu.
Freud, sabedor do mito de Édipo, busca na mitologia grega explicação para descrever a passagem que no desenvolvimento humano pode ocorrer mais ou menos entre a fase anal e a fase fálica. É a fase em que o menino, aproxima-se da figura materna e afasta-se da figura paterna. A menina ao contrário, aproxima-se da figura paterna e afasta-se da figura materna. É uma fase de amor que a criança tem com o genitor do sexo oposto e um ódio não menos fundado pelo genitor de sexo semelhante ao dela.
O menino sentindo-se atraído pela mãe deseja-a e o pai é tido como ruival e deve desaparecer, morrer para que os s desejos possam ser realizados. É uma fase de extrema curiosidade e o menino vai se servir de vários meios para matar sua curiosidade.
Nessa fase, o menino começa a se trajar com as roupas do pai para conseguir a atenção da mãe. Através da imitação o menino se identifica com a figara masculina (o que é esperado) para conseguir os benesses da mãe. Surge o pai como interventor dessa relação e o menino por receio de ser castrado, abandona a figura materna pelos prazeres que o mundo oferece.
Já com a menina o processo ocorre de forma diferente. Tomada de amores pelo pai, tivaliza-se com a mãe desejando seu afastamento ou a morte da mesma para realizar seus intentos.
Na intenção de ser a 'a namoradinha do papai', a menina não teme a castração, uma vez que já nasceu castrada. Na impossibilidade de pertencer ao pai, ela deseja então algo dele - um filho. Mais uma vez impossibilitada de realizar seu desejo, terá de se contentar em gerar um filho de outro homem (segundos alguns teóricos, a mulher só se realiza como mulher após conceber). A menina então abandona a figura paterna e parte em busca dos prazeres que o mundo lhe oferece.
A menina ao se deparar com um menino percebe que lhe falta alguma coisa. Não consegue imaginar o menino como tendo algo a mais e sim que falta algo nela, que tem algo de menos. Não podemos nos esquecer que na nossa sociedade pênis está associado ao poder. Outros teóricos diriam que a sensação de quem tem algo de menos em relação ao outro é a inveja. As mulheres nesse sentido teriam inveja dos homens. A mãe por ser igual a filha, faz surgir nessa uma raiva muito grande por tê-la feito 'aleijada'.

Um comentário:

Unknown disse...

Meu querido amigo.
Parabéns pelo seu blog...achei bem legal.
Lembrei das entrevistas com as mães solteiras que fizemos no século passado.
Um beijo e saudade.
Adriana Noronha