domingo, 24 de agosto de 2008

VIRGÍNIA WOOLF - A Arte na Loucura ou a Loucura na Arte

Virgínia Woolf perdeu a mãe e o pai muito cedo. A família (de origem judia) então teve um papel muito importante em sua vida. Ela precisava abordar o universo (principalmente) da família em suas obras.
Eram duas famílias em seqüência - ela era filha do segundo casamento do seu pai. Uma de suas irmãs era fortemente esquizofrênica. Seus irmãos eram Tob e Vanessa.
Consegue libertar-se somente aos 44 anos de idade da obsessão pela figura materna (sentida como protetora). O pai é sentido como ua figura forte. Identificou-se com Vanessa (irmã com esquizofrenia).
Apaixona-se pela literatura aos 13 anos (o pai era escritor). Não freqüentou a universidade, pois somente aos filhos homens era permitido seguir estudo superior, mas Virgínia amava Shakespeare. Por isso sua vocação literária foi muito conflitiva.
Seu primeiro livro foi 'The Voyage Out' (A Viagem para Fora).
A exposição de sua obra foi traumática, pois a obra era ela e ela era a obra. Então, ver toda a sua obra com a qual se identificava muito expunha demais a sua vida.
Teve vários surtos de loucura. As vezes passava grandes períodos sem sentir nada, mas outras vezes tinha longos surtos de loucura.
Os aspectos sexuais de sua vida:
. o casamento com Leonardo Woolf vacilou muito no começo, porém a relação era de muito amor e carinho.
. ela sempre teve paixões por mulheres mais velhas que lhe pudessem dar segurança.
. a homossexualidade aparece de novo aos 40 anos no relacionamento que teve com Vita.

Veio a guerra de que ela tinha tanto medo. Procurava então escrever para esquecer e não sofrer com a guerra. No período da guerra Virgínia costumava se esconder sob a mesa procurando abrigo.
Virgínia consegue parar a loucura escrevendo. Porém, percebeu que estava começando a entrar em surto e que desta vez não teria retorno. Suicida-se ao terminar um livro, colocando uma pedra em seu bolso e atirando-se ao fundo do rio (o que dá a impressão de retorno às emoções primitivas - útero materno).
Quando Virgínia diz: '-Acabou', é tão ético. Morre aos 59 anos com uma vida já estabelecida.
A relação de Virgínia com a língua-literatura era de superficcionismo.
Virgínia enquanto louca se sabia louca. sabia de tudo o que se passava com ela e escrevia o que sentia. Apesar de internada Virgínia Woolf nunca perdeu a cidadania, pois a família nunca a abandonou.
Por que será que o doente mental incomoda tanto?
R: Porque mexe com coisas internas de cada um, daí a necessidade de interná-lo.
A vida é rápida demais para postergar qualquer coisa. Tem-se que preservar o mínimo de condições de produção para qualquer pessoa, 'louca ou não', ao invés de interná-las em instituições asilares.
Qual a diferença entre o 'louco' e o artista?
R: O artista na loucura produz e o 'louco' surta.

Debate sobre a vida e a obra de Virgínia Woolf, após atral "Não tenha medo de Virgínia Woolf", com Esther Góes. 1991 Etica, Profª Mirsa.

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