sexta-feira, 5 de setembro de 2008

DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS

DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS
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* Trabalho de aproveitamento
* do curso de Psicologia do
* Programa de Psicologia com-
* portamental da Universidade
* Paulista.
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São Paulo - 1992



Componentes 4 P5:

Andreia Gamez
21.207 Edneia Salviano da Silva Santos
18.741 Eduardo M. Lopes
21.417 Francisco Roberto de Oliveira
18.755 Maria Célia Matos
22.957 Sérgio Ricardo de Campos
20.716 Silvia Ferreira da Silva
20.309 Valter Maranezi
19.726 Viviani Badan Caparroz
16.132 Wilton Lima Pedroso




"As vezes, o homem está adormecido
e ele está desperto.
Muitas vezes o homem está desperto
e ele adormecido.
Aquele que mexe com a inteligência humana
tem, ele mesmo
uma inteligência própria;
embora a vontade do homem
deseje estimulá-lo,
ele permanece obstinado
e segue sua própria via,
e se move sozinho, sem autorização
e sem que nele se pense...
Muitas vezes, desejaria o homem
que ele entrasse em ação
e ele não o deseja;
Outras vezes, ele o deseja
e o homem o proíbe.
Ocorre que o homem
incide em erro
ao ter vergonha
de lhe conferir um nome...
E ele deveria ser exposto
com solenidade,
como um celebrante". (Leonardo da Vinci)

INTRODUÇÃO

1- UM BREVE RELATO SOBRE A FISIOLOGIA SEXUAL MASCULINA
1.1 - O ÓRGÃO SEXUAL MASCULINO
1.2 - AS ORIGENS DA EXCITAÇÃO SEXUAL
1.3 - EXCITAÇÃO, PALTÔ, ORGASMO E RESOLUÇÃO (EPOR)
a) EXCITAÇÃO
b) PLATÔ
c) ORGASMO
d) RESOLUÇÃO

2- DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS
2.1 - DISFUNÇÃO ERETIL OU IMPOTÊNCIA
2.1.1 - AS DIFERENTES FORMAS DE DISFUNÇÃO ERETIL
2.2 - EJACULAÇÃO PRECOCE OU PREMATURA
2.3 - EJACULAÇÃO RETARDADA

3- CAUSAS DA DISFUNÇÃO SEXUAL
3.1 - CAUSAS ORGÂNICAS
3.1.1 - INTERFERÊNCIAS DE DROGAS
3.2 - CAUSAS PSICOSSOCIAIS
3.2.1 - CAUSAS CONJUGAIS DE DISFUNÇÕES SEXUAIS
a) A REJEIÇÃO
b) A DISCÓRDIA
c) A FALTA DE CONFIANÇA
d) A LUTA PELO PODER
e) DECEPÇÕES CONTRATUAIS
f) SABOTAGEMSEXUAL
g) DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO

4- O PONTO DE VISTA PSICANALÍTICO X O PONTO DE VISTA BEHAVIORISTA

5- TERAPIA SEXUAL
5.1 - ALGUNS TIPOS DE TRATAMENTO

6- METODOLOGIA

7- RESULTADOS
7.1 - GRÁFICO

8- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

9- ANEXOS (REPORTAGENS)

BIBLIOGRAFIA


INTRODUÇÃO

O presente trabalho nos remete a um tema que é pouco comentado entre as pessoas. Talvez por ele estar intimamente ligado a um tabú que, apesar das evoluções que o mundo vem sofrendo, ainda não foi totalmente derrubado - o sexo; deixando as pessoas pouco à vontade. O fato do pênis ser considerado por muitas pessoas, principalmente pelos homens, símbolo da masculinidade, também é outro ítem que leva as pessoas a evitar este assunto.
Pretendemos, através deste trabalho, comentar alguns aaspectos a respeito deste tema - Disfunções Sexuais Masculinas. Este não se propõe a dar um enfoque ao tratamento das disfunções sexuais masculinas, mas sim, o que são estas disfunções, quais suas possíveis causas, como são compreendidas e elaboradas pelas pessoas, em especial pelos homens, e de que forma elas interferem no comportament do indivíduo e em seu relacionamento com o outro. Para tanto, utilizamos a pesquisa de campo - Profissionais (médicos e psicólogos) e homens de nível universitário a partir de 20 (vinte) anos, a fim de verificarmos se há uma visão liberal ou conservadora em relação a sexualidade masculina no que diz respeito às disfunções sexuais masculinas.

1- UM BREVE RELATO SOBRE A FISIOLOGIA SEXUAL MASCULINA

A resposta sexual masculina recebe dados de nossos sentimentos e pensamentos, aprendizado e linguagem, valores pessoais e culturais e de muitas outras fontes que combinam com nossos reflexos biológicos de forma a criar uma experiência abrangente.

1.1 - O ÓRGÃO SEXUAL MASCULINO

O órgão sexual masculino é formado por um tecido erétil e esponjoso. Na estrutura tubular inferior está a uretra, canal que transporta a urina e o esperma. No final desse membro fica a glande (ou cabeça do pênis), a parte mais sensível a estímulos (de dor ou prazer), naturalmente recoberta por uma pele conhecida como prepúcio. Finalmente sob o pênis está o escroto com os dois testículos.
O tecido esponjoso está em geral vazio, mas durante a ereção ele se enche de sangue, ficando duro e de consistência parecida com um osso. A entrada de grande quantidade de sangue para o pênis depende de fatores orgânicos e psicológicos muito complicados, mas o fato é que, em estado de excitação, há mudanças na espessura das artérias e veias da região.
O fluxo sangüíneo determina a passagem do estado flácido ao rígido em questão de segundos. Nesse momento, que normalmente culmina em uma ejaculação, são desencadeados dois fenômenos: o da procriação - com milhões de espermatozóides bombardeados dentro do aparelho genital feminino - e o do orgasmo.

1.2 - AS ORIGENS DA EXCITAÇÃO

Quando se fala sobre excitação, utiliza-se muitas vezes a palavra 'tesão'. Esse termo está ligado à noção de força e, portanto, de um sistema energético. Do ponto de vista científico, a excitação sexual pode ser definida como um estado de ativação de um complexo sistema de reflexos que compreendem os órgãos sexuais e o sistema nervoso.
As origens da excitação sexual variam. O processo de excitação pode ser provocado pelo contato físico direto, tal como um toque ou um beijo, u pode ser ativado por um convite verbal, uma mensagem não verbal, ou por estímulo visual. Pode também surgir de fantasias ou dos mais corriqueiros acontecimentos - roupa roçando a genitália, o rítmo de um veículo em movimento, ou tomar banho. A excitação sexual ocorre em todas as faixas etárias, das crianças aos idosos, e ocorre quer estejamos dormindo ou acordados. Os homens têm cerca de meia dúzia de ereções durante uma noite de sono (essas ereções comumente duram cerca de cinco a dez minutos). Essas reações reflexas ocorrem automaticamente, involuntariamente e não são controladas pelo conteúdo específico dos sonhos.

1.3 - EXCITAÇÃO, PLATÔ, ORGASMO E RESOLUÇÃO (PLATÔ)

As reações sexuais humanas podem ser descritas como um ciclo de quatro fases: excitação, platô, orgasmo e resolução (ou relaxamento). Esses estágios correspondem a vários níveis de excitação sexual e descrevem as reações típicas que as pessoas apresentam durante a função sexual. Essas fases nem sempre são distintamente separadas uma das outras e podem variar muito na mesma pessoa, em momentos diversos, como entre pessoas diferentes.
Na resposta sexual humana existem duas reações fisiológicas básicas. A primeira é a vasocongestão, que se refere a um aumento de quantidade de sangue concentrado nos tecidos da área genital. A segunda refere-se a um aumento da tensão neuromuscular (acúmulo de energia nos nervos e nos músculos), ou miotonia. A miotonia em resposta à excitação sexual tem lugar em todo o corpo, não apenas na região genital.

a) EXCITAÇÃO

A excitação é o resultado do estímulo sexual que pode ser físico, psicológico ou uma combinação de ambos.
O mais aparente sinal físico de excitação sexual nos homens é a ereção do pênis, que geralmente ocorre poucos segundos após o início da estimulação sexual. É possível que um homem fique física e ou psicologicamente excitado sem ter uma ereção firme, particularmente por condições de ansiedade ou cansaço.

b) PLATÔ

Na fase de excitação há um acentuado aumento na tensão sexual acima do nível da linha básica (ausência de estímulo). Na fase de platô são mantidos e intensificados altos níveis de excitação sexual, preparando o momento para o orgasmo. A duração dessa fase tem grande variação. Para homens que têm dificuldades de controlar a ejaculação, essa fase pode ser excepcionalmente rápida.
Além da sensação de pressão interna e calor (vasocongestão), durante a fase de platô, os homens, assim como as mulheres, experimentam várias outras alterações corporais, tais como o aumento da freqüência cardíaca, aumento da freqüência respiratória e o aumento da pressãao sangüínea.

c) ORGASMO

A persistência de uma estimulação sexual durante o período posterior da fase do platô, fará com que o corpo descarregue, rapidamente, a tensão sexuaal acumulada, através de um ponto máximo de excitação denominado orgasmo.
Segundo a visão biológica, o orgasmo é a fase mais curta do ciclo de resposta sexual, que geralmente dura apenas alguns segundos, durante os quais contrações musculares ritmadas produzem sensações físicas intensas seguidas por um período de rápido relaxamento. Segundo a visão psicológica, o orgasmo é geralmente um momento de prazer e suspensão dos pensamentos - a mente se volta para dentro a fim de usufruir essa experiência pessoal.
Os fatores físicos, como o cansaço, assim como os vários fatores psicossociais, inclusive o estado de espírito, relação com o parceiro, atividades, expectativas e sentimentos em relação à experiência são responsáveis pelas diversas intensidades do orgasmo.
O orgasmo e a ejaculação masculina não são um único e mesmo processo, embora na maioria dos homens os dois ocorram simultaneamente.
O orgasmo refere-se às contrações musculares rítmicas da região pélvica e de outras partes do corpo que aliviam a tensão sexual acumulada e às sensações mentais que acompanham essa experiência.
A ejaculação refere-se a expulsão do sêmen, que pode ocasionalmente ocorrer sem a presença do orgasmo.

d) RESOLUÇÃO (RELAXAMENTO)

Logo após a ejaculação, o homem passa por um período refratário, um momento de recuperação durante o qual outro orgasmo ou ejaculação é fisiologicamente impossível. Durante esse período pode ser mantida uma ereção parcial ou completa, mas em geral a ereção desaparece logo.
O período refretário apresenta uma grande variedade, quanto sua duração, tanto no indivíduo como entre indivíduos. Portanto, este período pode durar desde alguns minutos até várias horas. Mas para a maioria dos homens esse período fica maior a cada ejaculação, dentro de um período de tempo de várias horas.
O período de retorno ao estado de ausência de estimulação é denominado fase de resolução ou relaxamento. Nessa fase que, nos homens, inclui o período refratário, há uma reversão das alterações anatômicas e fisiológicas, que ocorrem durante a excitação e o platô. Na fase de resolução ou relaxamento a excitação sexual desaparece, a respiração acelera e o aumento da freqüência cardíaca cedem aos poucos, à medida que todo corpo relaxa.

2- DESCRIÇÃO DAS DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS

Muitos homens acreditam que a adequação sexual seja referencial para medir a adequação pessoal. A 'incapacidade' sexual no homem torna-o muitas vezes, envergonhado, confuso ou deprimido, pois ele incorpora isso a um reflexo precário de sua masculinidade. A disfunção sexual pode mudar o seu comportamento fazendo com que ele evite situações sexuais por medo de seu fracasso inventando desculpas, como por exemplo, colocando a cupa na parceira pela sua disfunção ou pode tentar superar o problema 'trabalhando' o sexo de modo persistente, o que, geralmente, faz a situação piorar.
Segundo Masters e Johnson, a expressão disfunção sexual só pode ser aplicada à situações nas quais os aspectos fisiológicos da reação sexual estão alterados, ou seja, quando as condições nas quais as reações físicas comuns da função sexual ficam debilitadas.
Para Helen Kaplan, a reação sexual humana é melhor vista como trifásica, isto é, consiste em três fases separadas, mas interligadas: o desejo, a excitação e o orgasmo. Nos distúrbios da fase de desejo (inibição do desejo sexual), encontramos duas variações básicas: (1) falta de interesse, ou diminuição de interesse, no sexo, quando um ou outro parceiro carece de impulso para procuraar ou iniciar a atividade sexual com seu parceiro, mas, uma vez iniciada, a pessoa desinteressada participa e funciona; e (2) aversão, quando um parceiro manifesta repusa por toda a atividade sexual. Kaplan acredita que os distúrbios da fase do desejo são os mais difíceis de serem tratados por que, em geral, estão associados a problemas psicológicos profundos. Uma das suas teorias básicas é a de que um distúrbio sexual, geralmente, resulta de vários níveis de causas - umas, mais imediatas e acessíveis, outras mais remotas e ocultas.

2.1- DISFUNÇÃO ERÉTIL OU IMPOTÊNCIA

É a incapacidade de conseguir ou manter uma ereção suficientemente firme para o coito. Ela pode ser classificada em dois tipos básicos:
- Disfunção erétil primária: o homem é absolutamente incapaz de ter relação sexual, ou seja, jamais conseguiu uma ereão que permitisse o coito;
- Disfunção erétil secundária: o homem pode já ter conseguido a ereção uma, duas, milhares de vezes, antes de começar sua disfunção. Este tipo de disfunção é cerca de dez vezes mais comum do que a disfunção erétil primária.
Segundo Kaplan, a disfunção erétil (primária e secundária) corresponde aos distúrbios da fase de excitação (excitação sexual inibida).

2.1.1 - AS DIFERENTES FORMAS DE DISFUNÇÃO ERÉTIL

É importante salientar que a disfunção erétil pode ocorrer em qualquer idade e assumir formas diferentes. A freqüência da ausência total de ereção é muito baixa, ocorrendoo apenas em certos estados clínicos. O que é mais frequente é o homem com disfunção erétil ter ereções parciais fracas demais para o coito. As vezes, há ereções firmes que desaparecem rapidamente quando se tenta ter relações. Pode ocorrer também que o homem tenha ereções normais sob certas circunstâncias e em outras não, como por exemplo, ele pode se sair muito bem durante a masturbação, mas não consegue ter ereções durante o ato sexual com sua parceira. Outros conseguem ter ereções firmas em relações extraconjugais mas têm fracas ereções om suaas esposas, sendo o oposto disto algo também comum.
Pelo fato de ser comum entre a maioria dos homens, ocorrer episódios isolados de não conseguir ereções, Masters e Johnson, classificaram um homem como secundariamente impotente, só se seus problemas de ereção ocorrerem em pelo menos 25% dos seus encontros sexuais. Tais episódios isolados não significam que um homem tenha uma disfunção sexual; eles podem retratar um tipo de doença física temporária (estar resfriado ou cansado), por ter exagerado na comida ou na bebida, ou estarem relacionados com outros problemas, como a tensão, falta de intimidade ou de adaptação com o novo parceiro. Se um homem se preocupar demasiadamente com esses incidentes poderá estar proporcionando condições para que ocorram dificuldades em situações sexuais posteriores.
O medo do desempenho sexual pode diminuir a excitação sexual e causar a perda da ereção. A longo prazo, esse medo pode levar à diminuição de interesse por sexo, a perda da auto-estima e a tentativa de controlar a ansiedade.
A parceira do homem com disfunção erétil pode se culpar por não ser muito atraente, ou por não conseguir despertar o seu desejo. Da mesma forma, ela pode culpar o homem, acusando-o de ter casos extraconjugais, de ser homossexual e de não amá-la, como justificativa para a disfunção erétil.

2.2 - EJACULAÇÃO PRECOCE OU PREMATURA

É uma disfunção sexual comum, porém difícil de se definir de modo preciso.
Helen Kaplan afirma que a ejaculação precoce ocorre se o homem não tem controle voluntário sobre quando ejaculou. O indivíduo é incapaz de conviver com altos níveis de excitação sexual, levando-o a ejacular rapidamente. Segundo Kaplan, essa disfunção corresponde aos distúrbios da fase orgásmica.
Embora existam alguns homens que sempre ejaculam, sem querer, durante as brincadeiras sexuais não coitais, ou enquanto tenta penetrar na parceira, isso só acontece em menos de 10% dos casos. Mais comumente, o ejaculador precoce é capaz de participar de vparias atividades sexuais e só perde o controle ejaculatório logo que começa as relações sexuais. A ejaculação precoce pode ocorrer em determinadas situações e em outras não, por exemplo, o homem só pode ter problema apenas durante uma relação extraconjugal.
Enquanto alguns homens não se preocupam em ejacular rápido demais, muitos outros questionam a sua masculinidade e têm pouca auto-estima.
Em muitos casos o medo do desempenho parece aumentar a falta de controle ejaculatório podendo levar o indivíduo à uma disfunção erétil.
Alguns homens não consideram a ejaculação precoce como um problema realmente grande para justificar a procura por ajuda. Esses homens, geralmente tentam resolver o problema usando um contraceptivo para diminuir as sensações genitais, outros descobrem que um ou dois copos de bebida alcoólica pode diminuir a rapidez ejaculatória.

2.3 - EJACULAÇÃO RETARDADA

Ela pode ser definida como a inibição específica no reflexo ejaculatório. É uma condição em que um indivíduo é incapaz de ejacular. Segundo Kaplan, esta disfunção também corresponde aos distúrbios da fase orgásmica.
Embora esse tipo de disfunçãoo sexual possa ser, para alguns indivíduos, uma fonte de prazer sexual, as vezes, os longos períodos de penetração coital necessários para produzirem a ejaculação, são física e psicologicamente desconfortáveis para a mulher.

3 - CAUSAS DA DISFUNÇÃO SEXUAL

As causas da disfunção sexual, geralmente, são classificadas como orgânicas (fatores físicos ou clínicos, como doença, ferimentos ou efeitos de remédios) ou psicossociais (inclusive fatores psicológicos, interpessoais, ambientais e culturais). A identificação exata da causa da disfunção de uma determinada pessoa nem sempre é possível, podendo haver casos em que exista uma combinaação de fatores diferentes.

3. - CAUSAS ORGÂNICAS

A disfunção erétil pode ser causada por muitas condições clínicas. O diabetes (estado em que o corpo regula o açúcar no sangue de maneira inadequada), o alcoolismo e o fumo são as três causas mais importantes da disfunção erétil. Outras causas orgânicas desta disfunção incluem danos na coluna vertebral, esclerose múltipla ou outros distúrbios neurológicos; infecções ou ferimentos no pênis, nos testículos; deficiências hormonais e problemas circulatórios. Alguns remédios também podem causar problemas de ereção, como por exemplo, os remédios para a alta pressão sangüínea, os antidepressivos (as anfetaminas), os calmantes (barbitúricos) e os narcóticos. Segundo estudos, metade dos casos de disfunção erétil pode ter origem orgânica.
A ejaculação precoce raramente é causada por fatores orgânicos. Dos 500 casos examinados pelo Instituto Masters e Johnson, apenas um caso era devido a causa orgânica.

3.1.1 - INTERFERÊNCIA DE DROGAS

As drogas diferem porque podem agir discretamente, afetando apenas a resposta sexual, ou causar uma condição tóxica geral, que se faz acompanhar de algumas mudanças na sexualidade.
- Afrodisíacos: muitos remédios impropriamente chamados afrodisíacos, farmacologicamente não produzem nenhuma ação. Infelizmente, os efeitos de muitas drogas que atuam sobre os centros nervosos são antes inibitórios que afrodisíacos.
- Álcool: é um depressor geral do cérebro. Não deprime o cérebro todo por igual e simultaneamente, mas produz uma seqüência específica de efeitos. Em doses altas, o álcool deprine rapidamente o comportamento geral da pessoa, inclusive a resposta sexual. "A bebida provoca o desejo, mas impede a sua realização". O alcoolismo crônico ou mesmo o seu uso habitual excessivoo quase sempre prejudica seriamente a resposta sexual de ambos os sexos, porém mais especificamente a do homem.
- Fumo: a nicotina arruína os mecanismos de lançamento e de manutenção da ereção. É no decurso da vida do fumante que o envenenamento da rede arterial acontece e só após 15 ou 20 anos de tabagismo é que as lesões se manifestam. Os fumantes lesam precocemente suas artérias sexuais; a nicotina entrava o mecanismo de ereção.
- Barbitúricos: têm efeitos similares sobre o comportamento e o sexo; não têm efeitos específicos sobre os centros do sexo, mas pequenas doses podem liberar temporariamente a inibição no comportamento sexual, enquanto doses maiores de sedativo deprimem o comportamento por completo, inclusive o sexual.
- Alucinógenos: freqüentemente empegados em busca de afrodisia, podem afetar sexualmente sobre o sistema nervoso central. A tentava de relação sexual no estado de intoxicação em geral não é experimentada como intensamente erótica; o orgasmo tende a ser uma experiência menos profunda e mas prolongada.
- Anfetaminas: são estimulantes do cérebro. Vários estudos sugerem, entretanto, que aqueles que fazem uso crônico de anfetamina experimentam uma diminuição no interesse e na capacidade sexual.
- Narcóticos: Além de quase sempre deprimirem o sistema nervoso central especificamente a força do sexo. Uma pessoa sob altas doses de heroína se abstém de sexo, pois se tentar praticá-lo (o coito) experimentará dificuldades eréteis.

As drogas podem, no geral, afetar a resposta ejaculatória e erétil.

3.2 - CAUSAS PSICOSSOCIAIS

Apesar da dificuldade de entender claramente como os fatores psicossociais "causam" a disfunção sexual (muitas pessoas cujo passado está marcado por acontecimentos psicossociais potencialmente destruidores possuem uma função sexual totalmente normal, enquanto que outras com passado normal apresentam disfunção sexual), pode-se identificar alguns fatores psicossociais que são comumente tidos como origens da disfunção sexual:

- Fatores que sofrem evolução; como os relacionamentos conflitantes entre pais e filhos, atitudes negativas em relação ao sexo, infância traumática ou experiências sexuais negativas na adolescência e conflitos de identidade quanto ao próprio sexo.

- Uma primeira experiência coital traumatizante, dolorosa tanto física quanto psicologiacamente. Tal experiência pode gerar medo dos encontros sexuais, induzir à abstenção ou gerar um grande sentimento de culpa.

- Passado religioso rígido durante a infância. Não são as crenças religiosas que causam problemas, mas as atitudes antisexuais austeras impostas à criana. Esse fator é comum em certas disfunções (impotência primária masculina).

- Fatores pessoais como temor plo desempenho sexual, tipos de ansiedade, inclusive o medo da doença venérea, da rejeição, da perda de controle, da dor, da intimidade. Os sentimentos de culpa, depressão, baixa auto-estima, também estão associados às disfunções sexuais. No entanto, as vezes, é difícil ver o que vem primeiro, se o sentimento ou a disfunção, por isso, ao se identificar esse sentimento nem sempre significa que seja a causa da disfunção. A falta de informação (dúvidas, por exemplo, sobre a localizaçãao do clitóris) e a aceitaação sem restrições dos mitos culturais (acreditar, por exemplo, que a capacidade para a função sexual desaparece com a idade), também são incluídas como possíveis causas das disfunções.

- Fatores impessoais como pouca comunicação, tanto nas áreas sexuais como nas não sexuais de um relacionamento. Esses problemas de comunicaçãao podem causar diretamente uma disfunção sexual (através de mal-entendidos ou da defensiva) ou podem desempenhar um papel-chave na perpetuação de uma disfunção. Outros fatores interpessoais freqüentemente ligados às disfunções sexuais incluem as lutas pelo poder dentro do relacionamento, hostilidade para com o parceiro, preferência por outro parceiro e conflitos quanto ao seu papel sexual.

3.2.1 - CAUSAS CONJUGAIS DE DISFUNÇÕES SEXUAIS

Os sntomas sexuais, como todas as formas de psicopatologia, são o produto da interação entre o indivíduo e seu ambiente. No passado a psiquiatria procurou curar os pacientes diretamente, transformando-os, isto é, modificando a química do seu cérebro, os conflitos, temores, o sentimento de culpa, etc... e ignorou amplamente o sistema sexual, as relações as quais eles estão respondendo. Entretanto, o estudo de casais com disfunções sexuais, revelou que o sistema sexual em que estes pacientes tentam funcionar é quase sempre muito destrutivo e desumano. Seria disfuncional para uma pessoa, ter vida sexual em tal sistema, onde há medo, rejeição, incompreensão, humilhação, exigência e alienação entre os parceiros. Num sistema tão destrutivo é mais funcional alienar-se e retrair-se do que ter atividade sexual. O reconhecimento de que as dificuldades sexuais têm quase sempre suas raízes nas vicissitudes das relações conjugais é um dos progressos das ciências do comportamento. O sistema ou padrão que governa as relações é muitas vezes a maior fonte de disfunção sexuaal e o alvo preciso de intervenção e não problemas individuais de cada cônjuge. Tornou-se também claro, num nível clínico, que um parceiro está na posição única de fortalecer ou destruir o prazer e o funcionamento sexual do outro.

a) A REJEIÇÃO

Quando as pessoas se detestam mutuamente ou quando ambos acreditam que o parceiro é física ou psicologicamente repulsivo, provavelmente que não sejam capazes de funcionar sexualmente juntos, a menos que sejam desprendidos, insensíveis ou alienados. Quando tais parceiros incompatíveis, procuram soluções para seus problemas sexuais eles não podem se compenetrar de que a rejeição profunda do aprceiro é a razão primária da sua falta de orgasmo e dificuldades eréteis, embora isto seja óbvio para uma terceira pessoa.

b) A DISCÓRDIA

Por que os casais destroem a sexualidade um do outro? Como eles realizam isto?
Dentre as emoções neuróticas e destrutivas originadas das relações comumente observadas na prática clínica, duas são mais impressionantes:

1- Hostilidade rebelde e raiva do parceiro.
2- Medo de rejeição e abandono.

Ambas as atitudes são muito destrutivas à sexuaalidade. Relacionadas a estas estão as lutas pelo poder entre esposos. Outras fontes de dificuldades podem ser encontradas nas decepções "contratuais" que têm origem nas expectativas ilusórias do casamento e em relaçao ao parceiro; outro fator pode ser atribuído pelas dificuldades de comunicação. É importante que o terapeuta do sexo tenha profunda compreensãao de tais transações conjugais patológicas porque freqüentemente elas contribuem para as disfunções sexuais. O homem que se enraivece quando sente que a esposa está procurando controlá-lo, pode experimentar dificuldades aréteis quando ela quiser fazer amor.

c) A FALTA DE CONFIANÇA

Relações amorosas e dignas de confiança são necessárias para assegurar o bom funcionamento sexual. A raiva e a frustração de um homem pela falta de amor da esposa podem prejudicar sua conduta sexual. Na prática clínica, freqüentemente encontramos a falta de confiança como um fator importante nas disfunções sexuais. Quando um parceiro tem a certeza de que será compreendido, que não será abandonado, nem humilhado caso não consiga orgasmo nem ereção, o medo do fracasso sexuaal é grandemente diminuído.

d) A LUTA PELO PODER

São produtos de transferências infantis (cada parceiro é dominado pela necessidade de controlar o outro). Destas lutas surgem o ódio e a raiva e, quando tais lutas são o tema dominante nas relações de um casal os outros objetivos importantes da vida tornam-se secundários. A motivação da luta pelo poder bem como a raiva e o ódio que ele gera e os efeitos destrutivos sobre ambos geralmente atuam sem que o casal tenha consciência disto. Isto em parte, é responsável pela tenacidade deste padrão de comportamento a despeito do sofrimento que causa. O funcionamento sexual pode ser envolvido especificamente, se a pessoa, inconscientemente deixar-se dominar por advertências da infância , como por exemplo, "nenhuma mulher vai querê-lo", "você não deve", "você não pode", "você irá para o inferno se fizer", etc.

e) DECEPÇÕES CONTRATUAIS

Quando nos casamos assinamos psicologicamente um contrato de casamento: "amar, honrar e obedecer, até que a morte nos separe". Os esposos concordam conscientemente com alguns termos:
1 - Você terá a responsabilidade financeira e eu a da casa e dos filhos.

2 - Você me dará fama e prestígio, poder e bens materiais e eu me submeterei a você, cuidarei de você e porei as suas necessidades em primeiro lugar.

Entretanto, muitos dos termos estão fora do conhecimento de ambas as partes. Os transtornos ocorrem quando estes contratos são mutuamente contraditórios ou impossíveis de serem cumpridos em virtude de serem de natureza irreal ou por causa das limitações emocionais e intelectuais de um dos parceiros ou devido a hostilidade e ansiedade de ambos. Quando um dos parceiros cumpre sua parte no contrato e não é retribuído, fica enraivecido e deprimido sem compreender claramente a fonte ou intensidade de suas reações.

f) SABOTAGEM SEXUAL*

Quais as causas imediatas de disfunções sexuais produzidas por brigas conjugais e qual sua relação coma referida disfunção sexual?
As vezes é uma simples irritação, raiva, ou medo do parceiro que inibe a resposta sexual, em outros casos, uma larga faixa de manobras de sabotagem sexual é empregada por parceiros conjugais ambivalentes. Em essência, relações sexuais fracas de um dos parceiros deixam de encorajar o vigor da manifestação sexual do outro, em vez disto, punem, desanimam, frustram, abalam a segurança sexual do outro de uma maneira velada que não é reconhecida ou apreciada por nenhum dos dois inimigos ocultos. Eles são incrivelmente sensíveis às necessidades e aos pontos fracos do outro e usam este conhecimento para "castrar" com eficiência. A sabotagem sexual não é franca nem manifesta, mas sutil e despercebida por ambos. Alguns exemplos encontrados na prática clínica:

1- Pressão e tensão: antes do momento de fazer amor provocar desarmonia, fazer exigências, criticar, insultar o parceiro, trazer à baila assuntos que ocasionam ansiedade, como os de preocupaação com dinheiro, exigir logo o ato sexual, dar a entender que espera ereção instantânea, substimá-lo sexualmente, dizer que só o orgasmo do coito é aceitável, indicar que ele não lhe está dando prazer e não dizer o que lhe daria prazer, falar alguma coisa que provoque raiva ou ansiedade, falar a respeito de ser abandonado.

2- Agir no momento exato: cada vez que o marido quer fazer amor a mulher ou está cansada ou tem de terminar uma porção de coisas como por exemplo, lavar a louça, cuidar das crianças, dar um telefonema, etc.

3- Fazer-se repulsivo: o parceiro que, inconscientemente, destrói a própria atração sexual (engorda, não se arruma, nem cuida da toilete, se movimenta de maneira desajeitada e não sensual ou fala em tom áspero). Não é surpresa que um homem fique impotente quando se deita com a sua mulher gorda, suarenta, mal cheirosa, sem ter tomado banho nem ter escovado os dentes, mas que teve o trabalho de encher a cabeça com rolinhos. Com este tipo de dinâmica as pessoas tendem a ser colocadas de lado.

* Kaplan, Helen. A nova terapia do sexo. Ed. Nova Fronteira, 1977, 165-168pp.


4- Frustração dos desejos sexuais do parceiro: é o reverso da sedução; o parceiro recusa tudo o que o utro deseja, dizendo que o que se quer é repelente, provocador de ansiedade, imoral, contrário aos seus sentimentos. São eles:

Ele gosta que ela mexa os quadris.
Ela fica imóvel.
Ele gosta de sentir-se amado e desejado.
Ela está cansada e "fazendo-lhe um favor".
Ele gosta de mover-se ativamente (toca nos seios dela).
Ela o prende e segura; diz que sente cócegas ou não gosta.
Ele gosta de relaxar e conversar antes da relação.
Ela se atira sem uma palavra.
Ele gosta de experimentar.
Ela diz o que não seja atitude ou posição normal é perversão.
Ele tem enorme prazer com a cunilíngua (lamber).
Ela tem repugnância pelo ato.
Ele gosta de felação (chupar).
Ela tem repulsa pelo jorro da secreção ou engolir sêmen dá náusea.
Ele tem melhores ereções pela manhã.
Ela insiste na noite.
Ele gosta estimulação anal.
Ela fica horrorizada com a idéia.

Estas interações frustradoras podem refletir hostilidade prfunda que precisa ser resolvida. Mas nem sempre as transações sexualmente são destrutivas, não são expressões de hostilidade para com o parceiro. Quase sempre o comportamento de sabotagem é conseqüência de problemas intrapsíquicos do parceiro e/ou ansiedade e insegurança a respeito do funcionamento sexual. Um homem que tenha ejaculação precoce pode ser muito apressado nas atividades que antecedem o ato sexual, não porque esteja lutando com a esposa pelo poder, mas por temer que ao tocar-lhe o corpo, fique tão excitado a ponto de perder o controe sobre a ejaculação.

g) DIFICULDADE NA COMUNICAÇÃO

Quase sempre a comunicação insuficiente não só contribui como perpetua as dificuldades sexuais. Os homens que apresentam disfunções sexuais quase sempre falham em comunicar-se e muitas vezes atuam no escuro e, o que é mais destrutivo, é orientado por premissas falsas em relação ás respostas sexuais da parceira. Estas dificuldades de comunicação podem originar-se de causas variadas, surgem de atitudes de vergonha e de sentimentos de culpa, influenciados pela educação. Tais homens têm dificuldades gerais de comunicação e a falta de franqueza na área sexual é parte da dificuldade maior. As dificuldades na comunicação podem mobilizar sentimentos paranóides no homem se este precisa desempenhar sempre o papel de vitorioso e não pode admitir nenhum sinal de "fraqueza"; está mais propenso a evitar o sexo e rejeitá-lo, do que dividir francamente as preocupações sobre suas ejaculações incontroláveis.

4 - PONTO DE VISTA PSICANALÍTICO X PONTO DE VISTA BAHAVIORISTA

A Psicanáalise tradicionaal acha que a disfunção não é um problema primário, mas um sintoma de perturbação psicológica mais profunda. Os analistas afirmam que a disfunção erétil e a ejaculação prematura resultam de ansiedade de castração e dos desejos edipianos frustrados que ficam no nivel do inconsciente. A teoria do condicionamento acha que a disfunção é uma reação condicionada ou adquirida. Um homem pode desenvolver uma disfunção erétil se a sua parceira criticar constantemente o seu desempenho ou se sentir culpado depois de cada encontro sexual. A ejaculação precoce pode ter sido provocada, através de experiências sexuais prematuras - quando se deseja ejacular rapidamente. Essas experiências podem incluir situações tais como o risco de ser descoberto por outra pessoa ou fazer sexo num estacionamento; ou a masturbação em grupo, quando a rapidez ejaculatória era vista como sinal de virilidade. Se o condicionamento é muito forte, não pode ser "apagado" facilmente, mesmo que mudem as circunstâncias. O modelo da teoria do condicionamento afirma também que algumas disfunções continuam por causa de um reforço positivo, isto é, a disfunção pode resultar um aumento de carinho ou atenção por parte de um parceiro, ou pode dar vantagem a uma pessoa numa luta pelo poder. Além disso, os behavioristas, em geral, acreditam que a compensação exata da causa no tratamento da disfunção sexual é menos importante do que o reconhecimento das condições que acarretam o problema, já que estas precisam ser mudadas.

5 - TERAPIA SEXUAL

Antes de 1970, o tratamento das disfunções e dos problemas sexuais, em geral, era função da psiquiatria. O modelo psiquiátrico tradicional do tratamento individual (um terapeuta para cada paciente), era usado quase sempre. Hoje em dia, a terapia sexual é um setor que inclui profissionais de diferentes campos da psicologia, medicina, assistência social, enfermagem, etc., como também muitas abordagens.

5.1 - ALGUNS TIPOS DE TRATAMENTO

Dentro da abordagem behaviorista encontram-se vários métodos para reduzir a ansiedade, tais como: a dessenbilização, treinamento para relaxar (aprende-se um tipo de respiração específica e exercícios musculares para reduzir a tensão) e o treinamento de afirmação (aprender a dizer o que sente e o que precisa). A terapia Racional Emotiva (TRE) de Ellis, também é uma abordagem útil para os problemas sexuais. A TRE ajuda as pessoas a superarem crenças irracionais e expectativas irreais que alimentam a sua disfunção sexual. No modelo Masters e Johnson geralmente trabalha-se com casais. Desloca o foco terapêutico para o relacionamento ao invés de ser para o indivíduo. Este modelo utiliza dois terapeutas - um homem e uma mulher trabalhando juntos como um tipo de co-terapia.

6 - METODOLOGIA

O instrumento utilizado nesta pesquisa foi um questionário com dezesseis questões. A amostra foi representada por quarenta homens de nível universitário com idade de vinte anos acima.

- Objetivos: se a teoria constatada, confere com a realidade. Saber como se encontra o homem hoje em relação a sua sexualidade.

- Metodologia: através de pesquisa de campoa. Pesquisa acadêmica.

- Dados a seguir: faixa etária20 anos acima. Nível sócio-econômico classe média. Amostragemde 40 pessoas.

- Escala geral:
1 a 2 - tendência altamente liberal.
2 a 3 - tendência liberal.
3 a 4 - tendência mais liberal do que conservadora embora não totalmente conservadora.
4 a 5 - tendência mais conservadora do que liberal embora não totalmente conservadora.
5 a 6 - tendência conservadora.
6 a 7 - tendência altamente conservadora.


QUESTIONÁRIO

Você está recebendo um questionário, com afirmações que se referem à sexualidade masculina. Você deve assinalar com um X a alternativa que mais lhe diga respeito, não eixando nenhuma afirmação sem resposta. Assinale Concordo completamente, concordo, concordo em parte, discordo em parte, discordo, discordo completamente.

01) O desempenho social de um homem está intimamente relacionado a seu bom desempenho sexual.
02) A incapacidade sexual no homem torna-o envergonhado, confuso ou deprimido.
03) A impotência sexual masculina surge somente em indivíduos de idade mais avançada.
04) O homem tem que resolver suas dificuldades sexuais sozinho, pois não merece passar pela humilhação de procurar um profissional.
05) O homem sempre tem que satisfazer a mulher.
06) A impotência sexual masculina é causada por fatores psicológicos.
07) A droga interfere na potência sexual do homem.
08) A potência sexual masculina está intimamente ligada a grandes quantidades de relações sexuais.
09) O medo, a rejeição, as exigências e a alienação entre os parceiros são aspectos que geram dificuldades sexuais entre o casal.
10) A "incapacidade" sexual no homem é um reflexo precário de suaa masculinidade.
11) Um homem com ejaculação precoce deve evitaar o sexo com sua parceira e procurar resolver o problema sozinho, para que o relacionamento não seja ainda mais prejudicado.
12) A capacidade para a função sexual desaparece com a idade.
13) O tamanho do pênis do homem é "documento".
14) A ejaculação precoce não é um problema tão sério que justifique um homem a procurar ajuda de um profissional.
15) A impotência sexuaal é causada por fatores orgânicos.
16) A mulher é a grande responsável pela impotência de seu parceiro.

7 - RESULTADOS

Verificamos através desta pesquisa que oitenta e cinco por cento (85%) dos homens entrevistados apresentam uma visão liberal em relação à sexualidade masculina. Doze vírgula cinco por cento (12,5%) apresentam uma tendência mais liberal que conservadora, embora não totalmente liberal em relação à sexualidade masculina. Dois vírgula cinco por cento (2,5%) apresentam uma tendência altamente liberal em relação à sexualidade masculina.

8 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na população entrevistada de nível universitário, pode-se observar que uma pequena parcela (2,5%) apresentou uma tendência altamente liberal em relação à sexualidade masculina no que diz respeito as disfunções sexuais, o que nos remete a supor que estes indivídus apresentam uma grande facilidade em expressar sua sexualidade. Isto provavelmente refletirá, de forma positiva, uma vez que estes indivíduos reunirão condições de lidar melhor com possíveis problemas de disfunções sexuais. Verificou-se que uma parcela pouco mais significativa (12,5%) apresentou uma tendência mais liberal do que conservadora, embora não totalmente liberal, lebando-nos a supor que esses indivíduos têm facilidade em lidar com sua sexualidade, embora possam apresentar alguma sificuldades em determinadas situações. Na parcela mais expressiva (85%), notou-se uma tendência liberal em relação a sexualidade, de onde podemos dizer que esses indivíduos conseguem lidar de maneira equilibrada com sua sexualidade. Através desse resultado, podemos concluir que o homem vem ao longo dos tempos elaborando melhor a questão da sua sexualidade, levando-se em consideração o nível cultural dos entrevistados. Em função dessa conclusão, podemos acreditar que hoje, o homem adota uma postura mais clara e mais aberta no que diz respeito a problemas disfuncionais de ordem sexual, o que facilita a atuação de profissionais da área em trabalho com sua população alvo.

BIBLIOGRAFIA

- MASTERS, Willian H. e JOHNSON, Virgínia E. O relacionamento amoroso. Segredos do amor e da intimidade sexual. Ed. Nova Fronteira. 1986. R.J.
- KAPLAN, Helen. A nova terapia do sexo. Ed. Nova Fronteira. 1977.
- KUSMETZOFF, J. C. O homem sexualmente feliz. Ed. Nova Fronteira. 1978.
- HITE, Shere. O relatório Hite sobre a sexualidade masculina. Ed. Bertrand Brasil S/A. 4ª ed. 1991.
LEIBLUM, Sandra R. Princípios e prática de terapia sexual. Ed. Zahar. R. J. 1982.
McCARTHY, Barry. O que você (ainda) não sabe sobre a sexualidade masculina. Ed. Summus. vol. 1. S.P. 1977.

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